quinta-feira, 22 de maio de 2008

A MENTIRA

In: KOSZTOLÁNYI, Dezső. O tradutor cleptomaníaco. Tradução de Ladislao Szabó. São Paulo: 34, 1996)

– Como se deve mentir? – meditava Kornél Esti.

A psicologia experimental sugere que, quando queremos ter pre­textos, devemo-nos referir a fatos que a todo momento aparecem na vida. Se, por exemplo, somos convidados para jantar e não temos vontade de ir, devemos buscar uma doença inocente: dor de cabeça, resfriado etc. Como essas são as doenças mais freqüentes, é óbvio que – dentro da lei das probabilidades – acreditarão.

Só que não é assim. Pode ser que séculos atrás tais desculpas ainda surtissem efeito. Desde lá se desgastaram. Porque as dores de cabeça e os resfriados são freqüentes não só na prática, mas também no re­pertório de mentiras.

Muitas vezes aconteceu de não ir a algum lugar porque realmente a minha cabeça doía e estava resfriado. Mas, nesses casos, apoiar-se nessa desculpa é mais grosseiro do que simplesmente escrever: “Vo­cês me entediam, eu vos abomino, estou pouco me lixando”. De modo que eu não apresento a verdade mentirosa, mas crio uma verdadeira mentira. Imaginem que, ao cortar as unhas, a tesoura escapa e entra no dedão do meu pé, não consigo me levantar, tenho que colocar com­pressas na ferida, ou um gato vadio me mordeu e tive que ir correndo ao Instituto Pasteur para me vacinar contra raiva.

Essas mentiras são melhores. Por quê? Porque são inverossímeis. As mentiras querem ser verossímeis – é esse o seu sinal de reconheci­mento – e assim, quando as pessoas ouvem um absurdo tão impro­vável, tão audaz, a última coisa que pensariam é que estão ouvindo uma mentira, porque essas mentiras são tão transparentes, como em geral são as mentiras, mas as mais imbecis mentiras já são tão imbe­cis, que já nem são mentiras. Não questiono que no primeiro instante talvez apareça uma sombra de dúvida no ouvinte, de que querem fazê-lo de bobo, mas no instante seguinte rejeita indignado tal suposição; afinal seria ofensivo até imaginar que alguém tentasse lhe passar tal conversa, alguém que é tão inteligente quanto o ouvinte. O que se sucede depois disso? Não pensa que é uma mentira das grossas, mas sim uma das casualidades sempre surpreendentes e imprevisíveis da vida, que lhe pregara tantas peças parecidas. A própria história louca o diverte. No fim, quase sempre, a coisa cola.

Aquele que chega tarde a uma reunião pode jurar que teve uma visita inesperada. Ninguém vai lhe dar ouvidos. Mas se o indivíduo disser que atropelou um cachorro com o seu carro – um lindo filhote de raça, que mal completara um ano – e que o levou imediatamente o cachorro para a Faculdade de Veterinária, e que ele lá faleceu na mesa de operações, apesar de implantes e demais tentativas de salvamento, então a mentira brilhará sob a luz da aventura e da verdade. Só o inveros­símil é realmente verossímil, só o inacreditável é realmente acreditado.

O reconhecimento dessa verdade é que me salvou num momento crítico da minha vida. Cheguei com duas horas de atraso a um lugar onde era ansiosamente esperado. Era impossível comunicar a verdade, porque ela – como em muitos casos – era mais ofensiva, mais de­selegante do que a mais grossa das mentiras. Também não consegui encontrar nenhuma desculpa que explicasse meu descaso. Nesse meu transtorno desesperante – com a certeza do instinto aguçado –, murmurei qualquer bobagem. Disse que estivera com Gálffy, um conheci­do meu do interior, que – como a maioria dos presentes sabia – morrera havia dois anos. Como eu bem sabia.

Mas rapidamente detalhei que Gálffy estava vivo, sua morte na­quela época aparecera nos jornais por um equívoco divertido, e não foi retificada por um equívoco ainda mais divertido: fora isso o que me contara meu amigo renascido das cinzas durante essas duas horas, e foi isso que eu contei para os presentes, com tantos detalhes e reviravoltas surpreendentes, que em tudo acreditaram e todos me perdoaram. Não tinha que recear que depois fossem verificar os fatos. Gálffy lhes era bastante indiferente. Deixei-o viver por seis meses. Depois, numa noite, o matei. Durante uma conversa, comuniquei que Gálffy realmente morrera. Não senti nenhum remorso por este assassinato. Ele realmente não levaria a mal. E, pensando bem, só poderia me ser grato por ter vivido, graças à minha imaginação, por mais meio ano, se não em outro lugar, pelo menos na imaginação de cinco ou seis pessoas.

À parte devo falar das mulheres. Elas não mentem – como equivocadamente se anuncia –, apenas ressaltam uma parte da verdade, Quando uma mulher tem um encontro na Ilha das Margaridas, não diz que ficou em casa tricotando, mas sim que foi passear nas mar­gens do Danúbio. Qual é a explicação para isso? E que a ilha fica de fato no Danúbio, e o próprio passeio está próximo à verdade, com o adendo, que obviamente não é mencionado, de que não passeou sozi­nha. Em toda a mentira feminina existe um pingo de verdade. Esta é a base moral de suas mentiras. E é por isso que são perigosas. Fincam seus pés num minúsculo pedaço de terra, e defendem a sua mentira com tanta convicção, resolução e ardor bem intencionado como se estivessem defendendo a verdade. É impossível tirá-las desse lugar. Os poucos fatos são plasticamente ajustados aos fatos que não existem. Confesso que muitas vezes consigo admirar suas mentiras, como ad­miro sua leveza, suas proporções, suas delicadas nuances, como as de uma poesia. São perfeitas no seu gênero. Nós temos um sistema origi­nal e corajoso. Elas têm prática, que remonta há milênios. Neste gê­nero, nós podemos ser amadores mais ou menos talentosos e até sá­bios. Mas elas é que são as mestras, as artistas, as poetisas.

6 comentários:

Eric Maxime disse...

A Mentira – Respostas

1 – Eu acho que no escritor disse que estar uma mentira bom, então pessoas acredita a mentira, uma pessoa presisa fazer a mentira muito inverossímeis. Se uma pessoa dá uma desculpa, para examplo, normal e commun, neigem vão acredita mas quando a pessoa fala uma mentira exotico e muito não provável as outras pessoas vão acredita porque eles não pensam a mentira vai falar uma coisa isso louco se esse não verdade. Mais ou menos assim.

2 – Algumes mentiras são mais convincentes que outras , segundo Kornél, por que as mentiras melhors fazam as mentiras eu descrevei em cima.

3 – Uma verdade mentirosa é uma verdade que é parece uma mentira e uma verdadeira mentira e uma mentira que parece uma verdade.

4 – Kornél explicou que Gálffy não foi morrir mas foi uma erro dos jornais e, por que ninghem conhecam muito Gálffy, eles não podam diferir.

5 – Eu acho que sim, dependi de situação. Eu acho que para uma mentira fica cola, assim, a mentira presisa pensar muito sobre a mentira.

6 – Não posso lembrar uma situação agora.

7 – Eu acho que as pessoas mentira todos os dias com justificáção. As possoas que não mentira quando pessoas, para examplo, pergunta para opinão deles, eu acho que eles sempre têm problemas social.

Linda Liu disse...

Oi 'kriss
1 ,Eu acho que ele disse dois tipos metiras,primero,tudo mundo falou ,tudo vezes falaram,não tem pessoas acreditam.outra é melhor do que esse.outra mentira mais parece verdade.Se vocé quis mentir inverossímeis.Não pode falou mesma de primeiro tipo.
2 porque convincentes mais frequente,agente pode endendi mais facil.
3 Kornél conta-nos que tem dois tipos mentiras,uma verdade metirosa mentir parece verdade.pode chamar inverossímeis.e não é parece verdade pode chamar verossímeis.
4Porque esse mentira quese verdade,por que não tem outra pessoas sabem,só ele sabe.Se ele não fala,esse fato ninguem sabe,portanto pode contada cole.
5 eu acho que sim.porque dificil.
6 7muito dificl ,esse conto aindo não endendi muito bem, desculpa,
eu já morrel, eu já escreve 4 horas.professor,muito dificil

Linda Liu disse...

Olá, gente,

Acima é comentário de Kriss, Ela usou minha conta para postar pois a senha de conta dela foi esquecida.
Meu propóprio comentário vai chegar em breve.

Yukari Eizuru disse...

Oi gente! Sou Yukari.

1. Quando pedir descula ou recusar
convites, a mentira como dor de cabeça não funciona por que todo mundo usa e a gente está cansada de ouvir a mentira assim. Kornél diz que é melhor usar a mentira inacreditável em vez da mentira comum por que é mais fácil acreditar.

2. Mantiras inverossímeis são mais convinientes. No início ninguém acredita a mentira, mas as pessoas começam acreditar por que ela é inacreditável demais. Eles vão pensar que a pessoa que está mentindo não diria a mentira tão inacreditável para eles e a mentira começar a parecer a verdade. Mentira como assim é mais fácil acreditar do que mentira comum como dor de cabeça.

3. Uma verdade mentirosa é um fato que parece uma mentira mesmo que seja verdadeiro. Por exemplo, quando falta a aula por causa de dor de cabeça, você liga para seu professor e diz está doente. Mas ele não acredita por que a gente usa isso quando quer matar a aula.
Uma verdadeira mentira é uma mentira verossímel. No início, ninguém acredita porque é inacreditável demais. Mas as pessoas que está sendo mentido começar a achar que a pessoa que mente não contaria a mentira tão estúpida a não ser que estivesse a verdade.

4. Kornél explicou que Gláffy estava vivo de novo e ele estava conversando com ele. As pessoas acreditaram a mentira dele no final. E ele deixou Gláffy vivo. O meio ano depois, ele mentiu novamente que Gláffy morreu hoje. As pessoas sabem Gláffy, mas não são íntimos e não têm jeito de comfirmar que ele estava vivo ou morto.

5. Eu acho que a teoria dele funciona na vida real. Mas a mentira como Kornél inventou é difícil acreditar por que eu acho impossível o morto vive de novo. Depende de que tipo de mentira!

6. Eu acho que nunca encontrei mentira incrível como Kornél, mas vou falar sobre uma mentira que eu assustei muito!
Quando eu estava trablhando, meu chefe me chamou de repente e ele estava muito bravo comigo. Ele me mandou ir ao escritório e achei que ele iria se zamgar comigo. Eu não entendi por que e quase chorei. Eu fui ao escritório e quando abri a porta, meus colegas estavam lá cantando e segurando uma torta para meu aniversário. Eu estava muito feliz e assustei muito.

7. Eu acho que a gente pode dizer a mentira que não machuca ningúem. Para esconder um fato que machucaria alguém e para agradar e divertir outras pessoas também poderia mentir.
Mas eu não gosto de mentiras que incomodam ou ferem outros.

Até!

Unknown disse...

Ola! Sou Melissa.
Esse tipo de conteúdo é muito difícil para mim. Eu entendi mais ou menos. Mas o conteúdo também muito divertido. Por que eu também pensava sobre esse tipo de assunto. Eu senti a compaixão com Kornél. ha ha.

1.⇒ Nos primeiros quatro parágrafos, Kornél fala sobre a mentira que pode ser funcionado.
Pessoas querem mentirar para não magoar outras pessoas com a verdade. Então, como a psicologia experimental afirma, pessoas acham que usar a mentira que acontece freqüentamente é lógico. Por exemplo, dor de cabeça, resfriado. Mas Kornél expressa que usar a mentira muito comum e possível não é funciona mais. Por que todo mundo usa esse tipo da mentira por que é óbvio e lógico. Então todo mundo pensa que é mentira. Então Kornél diz que usar a mentira mais impossível e estranho pode funcionar mais não magoando outra pessoa.

2. ⇒ Por causa do sentimento das pessoas, as mentiras que parece mentira mesmo são mais convincentes do que as comuns. Pessoas cansam de aceitar as mentiras parece a verdade muito. Elas sentem ruim quando outra pessoa tenta de enganar com a mentira possível demais. Então quase não acredita as mentiras com assim. Mas quando a pessoa mentira com a mentira inverossímel, primeiro ela pensa profundamente. Ela pensam que ela mesma é inteligente, então outra pessoa não pode tentar de enganar com a mentira muito impossível, ruim. Então as mentiras inverossíveis funcionam mais e facilmente.

3. ⇒ Uma verdade mentirosa é uma verdade que é parecido mentira, por que todo mundo usam a mentira verossímel. Então, embora aconteça uma situação real, como o dor de cabeça, ninguém acredita a verdade. E as pessoas afrimam que é a mentira verdadeira.
E uma verdadeira mentira é uma mentira que é parecido a verdade. Muitas pessoas usam a verdadeira mentira, então, irónicamente, ninguém quer acredita essa mentira.

4. ⇒ Por que outras pessoas saberam Gálffy, mas não tiveram a relação intima. Então eles não tiveram o coração para Gálffy e acreditaram o que ele mentiu. A relação leve ocasionou esse tipo de resultado.

5. Eu acho que o sustento de Kornél é lógico. Primeiro, eu não entendia o que ele falou. O que ele fala também irónico e mais complicado. Eu também pensava sobre esse tipo de assunto. Eu acho que se todo mundo pensar como ele falou, algumas pessoas também podem pensar contrário dessa teoria. Algumas pessoas vão mentir usando essa teoria, então também a mentira acontece, e pessoas têm que pensar o contrário. Eu também concordo, mas se pensar profundamente, no outro lugar eu discordo.

6. Eu ainda não conheci, e não usei a mentira para ocultar uma verdade inverossímel. Mas minha bem amiga me mentirou para ocultar a verdade que ela namora com o meu veterano. Eu e minha amiga gostávamos dele, e período foi muito ruim para falar a verdade. Por que for o período da prova. Então ela me falou a verdade depois termina o período.

7. Eu acho que a mentira não magoa-se outra pessoa é justificável. Normalmente, pessoas mentem só para proteger se mesma. E essa mentira pode aumentar e trocar a situação negativa. Então para proteger outra pessoa, a mentira pode ser considerada positiva.

Tchau! Obrigada para todos estudantes e Guilherme.
Eu quero encontrar vocês mais algumas vezes.

Linda Liu disse...

Olá, sou Linda, meu comentário chegou muito atrasato, mas não teve desculpa como Kornél usou para explicar o atraco, rsrsrs!

1) “Teoria da mentira”
* As vezes a gente precisa mentir na nossa vida real.
* As desculpas para mentir devem ser mais acreditáveis.
* As desculpas que são reais, mas foram usadas para mentir frequentamente, talvez a gente acha que é mentira.

2) Porque algumas notícias são inverossimeis, e não frequente para mentir, a gente pode descrever como as verdades, então são mais covincentos.

3) Verdade mentirosa, é algum facto que será uma desculpa para alguma pessoa que não pode ir a alguma reunião, festa ou outros encontros, outras pessoas não acreditam, só pensam que essa pessoa está mentindo com quer.
Verdadeira mentira, é alguma mentira que será muito inverossimel e não frequente, msa alguma pessoa pode contar parecido como realidade, outras pessoas acreditam muito.

4) Kornél só quis procurar uma desculpa que é inverossímel e não frequentede para seu atraco, ele pude contar parecido como a verdade, então a gente acreditará muito pois ninguem vai usar essa desculpa para mentir.

5) Eu acho que os princípios da “Teoria da mentira” se aplicam na vida real. Porque as desculpas reais, frequentes já foram usadas muto para mentir, então a gente não acreditará muito.

6) Sim, já vi na minha vida real.
Tenho um amigo, seu pai que ele amava muito morreu durante ele esteve preparando uma prova bem importante para entrar a universidade, , sua mãe mentiu para não influenciar o estado de ânimo dele para a prova.

7) Na minha opinião em situações seguites que são justiváveis mentir, por exemplo,
* Se esteja na doença quando fique muito longe com meus pais, vou mentir, vou dizer nada sobre minha doença, pois não quero deixar eles preocupar-se comigo.
* Quando meu irmão não tem coragem para fazer uma coisa dura, vou mentir, vou falar com ele que ele será capaz de conseguir, pois queto dâ-lo mais confiança.